MILITAR AGIA COMO UMA ESPÉCIE DE LÍDER, e recrutava criminosos de outros estados
por 180graus
Por volta das 9h10 desta quinta-feira (21/11), o corregedor adjunto, coronel Ricardo Lima chegou a sede do GRECO para acompanhar a prisão dos dois PM's envolvidos na Operação União. Segundo ele, os dois serão alvos não só de processos na área cível e criminal, mas também responderão administrativamente junto à corregedoria da Polícia Militar.
Segundo o corregedor, ainda não é possível chamar os militares de acusados neste primeiro momento,já que os mandados de prisão são temporários, mas ressaltou que se for comprovado, eles poderão até mesmo perder a farda. Os dois serão levados para o presídio militar após serem ouvidos pela equipe que deflagrou a operação.
Durante a entrevista, ele comentou que na próxima segunda-feira outros dois PM's serão expulsos da corporação, mas não adiantou os motivos, mas não tem nenhuma relação com a operação deflagrada hoje.
A Polícia Civil divulgou os vídeos da operação que foi deflagrada nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (21/11). Onze pessoas já foram presas.
Corregedor lamenta que prisões como estas sujem a imagem da Polícia Militar do estado
O delegado Menandro Pedro, chefe do GRECO, antecipou algumas informações à respeito do grupo desarticulado nessa manhã.
Ele ressaltou que um dos policiais presos agia como uma espécie de líder do grupo, recrutando criminosos de outros estados e dando apoio logístico à roubos e furtos qualificados na capital. "Ele alugava veículos, conseguia rádio comunicadores, e às vezes, quando íamos agir para para evitar ações criminosas, eles já estavam sabendo", afirma o delegado.
Delegado Menandro Pedro adianta informações sobre a Operação União
Confirmou ainda que o assalto ocorrido na Granja União deu um lucro aproximado de R$ 3 milhões aos criminosos, e mesmo sendo um valor tão alto, a polícia decidiu manter esta informação em sigilo. "Guardamos esta informação, mesmo se tratando de um furto qualificado, para que a nossa investigação que já estava em andamento não fosse prejudicada", destacou o delegado.
A Polícia Civil deflagrou nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (21/11) a Operação União de combate a crimes de furto e roubos em Teresina. A operação é realizada através do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) e o Núcleo de Inteligência (NI), e é resultado de uma investigação que já dura cinco meses para desarticular uma organização criminosa que pode ter aplicado um golpe de mais de R$ 3 milhões no Piauí.
Um Policial Militar identificado apenas como José Wellington, lotado na guarda da Penitenciária Major Cesar e outro, ainda não identificado, lotado na Cavalaria, foram presos. Este Wellington, conforme interceptações telefônicas, tripudiava da própria polícia, ao conversar com outros envolvidos no grupo. Ainda foi registrada a participação de um radialista, que funcionaria como uma espécie de porta voz do grupo criminoso.
A reportagem do Bom Dia Meio Norte confirmou durante o programa a prisão de pelo menos cinco pessoas desta organização criminosa até as 7h30. Também foi apreendido muito dinheiro em bocas de fumo na zona Sul, droga, armamento, e ainda objetos de valor, incompatíveis com as atividades licitas desenvolvidas pelos presos. Na casa de uma mulher, identificada como Maria de Fátima, os policiais apreenderam um veículo de luxo avaliado em pouco mais de R$ 100 mil.
As prisões acontecem não só na zona Sul de Teresina, mas também em bairros das zonas Sudeste e Leste da capital. Em nota encaminhada à imprensa, a polícia informa que os membros da organização criminosa são do estado do Piauí e ainda do Pará.
Os 13 mandados de prisão temporária e outros 10 de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz Almir Abib Tajra Filho. Os trabalhos contam com a participação de 90 policiais, delegados. Os presos estão sendo levados para a sede do Greco, e ao final da manhã, uma coletiva vai apresentar um balanço do resultado da operação.